Nasci Velha

Sentimento Benjamim Button

Nasci velha. Ou talvez tenha nascido sabendo algumas coisas.
Que esse mundo, ao que me parece, a todo tempo tenta me fazer esquecer.
Toda essa questão de gêneros, já nasci bem resolvida: pessoas são pessoas independente de suas genitais.

Todo esse classicismo, matéria não pode ser posse pois e' efêmera.
Tudo nos leva a dividir quando na verdade estamos todos nessa juntos.

Ser criança foi difícil, viver era ver, compreender como eu sabia e aceitar o modo como o meu meio agia. Tudo me levou a um conflito enorme de diferença. A diferença entre quem eu era e o mundo em que eu vivia.

Como uma verdadeira velha eu entendia, aceitava e compreendia todos ao meu redor.
Depois de um tempo eu, cabeça dura e meio velha de saco cheio respondia, relutava e dava mil explicações sobre como as coisas são e como deveriam ser. Com o passar do tempo fui entrando em uma juventude adulta que e' onde estou agora.

Uma mistura de senso aventureiro com senso de responsabilidade. Trabalhei muito pra tirar férias.
Reclamei do governo, reclamei do salário. Pesquisei, executei e debati. Me mantive por muitas noites acordada. Como eu pensei. E continuo pensando.
Por vezes eu relaxei, percorri muitas estradas pra chegar a lugares e contemplei.

Nessa altura eu já sabia que era diferente e já sabia também que o resto do mundo não tem nada a ver com isso. E inclusive o resto não e' resto e sim a outra parte de um todo.

Continuo meio velha, ainda tenho palavras demais para um mundo de abreviações. Argumentos demais para uma política imediatista. Ainda me sinto distante do meio que vivo.

Mas como velha, que ainda sou, entendo, cada um no seu tempo.

bati

batuque.

quero saber qual é o som

não quero mais

nem quero nada.

nada é um pouco, subjetivo e vago.

pra mim ta bom mesmo tudo o que tem vida.

pode ser esta a batida que eu busco,

a do coração, a de um coração.

o som do nosso?

o que é meu sem posse,

o que é seu sem tosse

o que existe porque é vivo.

a frequência que motiva,

o movimento,
ondas sonoras se propagam

e dois corpos não ocupam o mesmo espaço.

o mundo e os seus.

um objetivo

Quebrando de forma contraposta e paralela a ideia de conceito a respeito de uma respectiva informação, e dando a ele a possibilidade de uma nova interpretação, sendo esta qualquer que seja, uma vez que o ideia primeira é a abertura para um novo e livre conceito próprio, de seus sentidos e das informações recebidas, primeiro em unidade e postumamente em conjunto.

.

remenda te com teu véu

com teu mel

olha de novo.

de frente pra janela

o corpo treme
reage, responde

movimentos do tempo,
a expressão do corpo diante ao meio e espaço pelo qual esta cercado.

mas é só a janela,
lá fora são as mesmas coisas.

o espaço tempo responsável pelas reações, não esta lá fora
esta dentro
bem mais perto.

lado avesso, lado contrario.

quantidade singela de um devaneio postumo,
que no final das contas,
me trás a uma então

criação sem fim.

um barco

Fantástico mundo dos sonhos
entre e não sente

abra a porta que não existe
e percorra o mundo que não foi criado
que já foi criado
que não criado
que já foi criado

atravesse o limite
e veja que a linha não existe.

cospe

a inconstancia da revolta,
a variação por ter por perto aquilo que incomoda.

é o movimento,
livrar-se dos seus demonios, significa tambem livrar-se do que vive

atravesse,
encontre então a movimentação do novo.